Não consegue economizar
ou vive no cheque especial, mas nunca encontra tempo para colocar as finanças
em ordem? A pedido de EXAME.com, Gustavo Cerbasi, especialista em educação
financeira e autor do livro "Casais Inteligentes Enriquecem Juntos",
criou um plano de 14 dias para melhorar o orçamento
É necessário realizar apenas
uma tarefa por dia durante duas semanas para mapear a situação financeira. O
objetivo é controlar gastos e poupar para atingir metas pessoais, como a compra
da casa própria, por exemplo.
As dicas foram baseadas nas orientações
compiladas por Cerbasi no livro "Como Organizar sua Vida Financeira",
que será relançado em setembro desse ano.
Conheça a seguir o plano de 14
dias para quem deseja se preparar contra eventuais imprevistos que tenham
impacto no orçamento:
1º dia: organize comprovantes
de renda e despesas
Calcule sua renda líquida
mensal (já livre de eventuais descontos, como impostos) e os gastos realizados
no último mês. Separe-os em grupos, como alimentação, saúde, moradia e lazer.
Caso não tenha o registro de todas as despesas realizadas nesse período, inicie
um monitoramento de entradas e saídas de dinheiro durante os próximos 30 dias,
arquivando diariamente os comprovantes em uma pasta. O plano de ação para
melhorar o orçamento deverá ser iniciado após essa análise.
2º dia: analise os gastos
Se souber lidar com planilhas
eletrônicas, como o Excel, ou aplicativos que ajudam a gerenciar gastos, use
essas ferramentas para se organizar. Caso não tenha o costume de utilizar esses
recursos, relacione todos os seus gastos em um caderno e identifique onde você
está gastando mais do que imaginava.
3º dia: planeje sua rotina para
monitorar o orçamento
O ideal é que você não perca
muito tempo com essa atividade. Prefira estratégias simples, como arquivar
comprovantes por tipo de gasto e dedicar uma hora por mês para atualizar o seu
orçamento.
4º dia: faça uma relação de
todas as suas dívidas
Crie uma lista na qual você
relacione todas as suas dívidas. Em cada uma, é necessário apontar o valor
total do saldo devedor, o valor da prestação mensal (quando houver), nome do
credor e o Custo Efetivo Total (CET) de cada linha de crédito. O CET mostra
todos os encargos incluídos na dívida e é a melhor forma de analisar as taxas
cobradas. Organize essa lista a partir da dívida mais cara para a mais barata,
usando o CET como critério para esse ranking.
5º dia: defina seus objetivos
financeiros
Crie uma lista de sonhos e
objetivos pessoais que você pretende alcançar nos próximos seis meses, em um
ano e após cinco anos. Faça as contas de quanto precisará poupar para
alcançá-los.
6º dia: faça uma lista de corte
de gastos
Relacione todas as economias
que você se propõe a fazer, com base na análise de seu orçamento, identificação
do total de parcelas mensais de suas dívidas e o quanto gostaria de poupar.
Trocar o carro atual ou até o próprio imóvel por outro mais em conta é uma
estratégia eficaz. As metas devem ser relacionadas por escrito.
7º dia: se comprometa a
aumentar sua renda
Defina, por escrito, valores
que você pretende levantar no curto prazo, seja vendendo bens que não usa e, se
possível, realizando horas extras ou bicos. Defina um prazo para esse período,
para que não se torne uma rotina. O ideal é executar esse objetivo durante três
a quatro meses, no máximo.
8º dia: negocie dívidas
Com base no seu plano de corte
de gastos e aumento de ganhos, calcule quanto poderá gerar nas próximas semanas
ou meses e entre em contato com seus credores para quitar as dívidas com CET
acima de 2% ao mês e/ou substituir as dívidas mais caras por outras de CET mais
baixo, com o objetivo de reduzir seu gasto com juros. Assuma prestações que
você consiga pagar com tranquilidade, para não correr o risco de cair em
dívidas não planejadas (veja 10 passos para negociar sua dívida com o banco).
Uma boa estratégia é vender bens de alto valor, como o carro.
9º dia: estude investimentos
Analise investimentos
oferecidos pelo banco no qual você tem conta e por outras instituições
financeiras. Dedique uma ou duas horas para entender como funciona cada
aplicação financeira (veja 10 livros essenciais para quem quer começar a
investir). Preencha um questionário para identificar seu perfil de investidor.
10 º dia: defina metas de
poupança
Faça planos de quanto começará
a poupar por mês assim que liquidar suas dívidas, caso tenha débitos que não
foram planejados. Passe a poupar somente quando suas dívidas se limitarem a
financiamentos planejados, com prestações que caibam confortavelmente no
orçamento.
11º dia: escolha uma aplicação
para a aposentadoria
Marque uma reunião com um
corretor de seguros para discutir o melhor plano de previdência para seu perfil
ou busque uma aplicação financeira que seja mais adequada para objetivos de
longo prazo (veja 8 verdades que você deve encarar sobre a aposentadoria).
Comprometa-se a iniciar as contribuições somente depois de quitar suas dívidas.
12º dia: automatize seus
investimentos
Ao iniciar aplicações e começar
a guardar dinheiro, prefira que os depósitos mensais sejam feitos por débito
automático. A ferramenta reforça a necessidade de ter disciplina, essencial
para o sucesso de seu plano.
13º dia: organize documentos e
senhas
Com o planejamento definido,
tire um tempo para organizar documentos do banco e guardar senhas de cartões,
por exemplo. Defina também uma data a cada seis meses para que você estude as
aplicações que seu banco oferece e possa compará-las com as de outras
instituições financeiras.
14º dia: planeje o orçamento
futuro
Para ter disciplina, você
precisa saber o resultado de cada passo. Planilhas são recomendadas porque
permitem projetar gastos futuros, incluindo consumo em datas festivas, para que
você veja quanto dinheiro irá acumular e quando irá conseguir atingir seus
objetivos financeiros. Tenha como hábito pensar no futuro e ajustar o orçamento
atual quando ocorrer algum desequilíbrio.
Extraído: S.O.S
Consumidor/notícia - Fonte: Exame