
Nova modalidade, já oferecida por alguns bancos, deve ser oficializado pelo Banco Central
O Banco Central deveria ter lançado no mês de setembro a nova modalidade de pagamento instantâneo, o Pix parcelado, mas por questões de segurança o lançamento foi adiado para o mês de outubro. A medida já é aguardada desde agosto, quando a entidade fechava as últimas regras. O objetivo é ampliar o acesso ao crédito e a utilização do Pix no varejo, mas há perigos em seu uso.
Para o Idec (Instituto de Defesa de Consumidores), ao transformar o Pix em operações de crédito, o Banco Central estaria descaracterizando o sistema de pagamentos e colocando consumidores, “especialmente os mais vulneráveis”, em risco.
“Essa mudança pode induzir o consumidor a acreditar que está realizando uma transferência parcelada, quando na verdade está contratando um crédito e assumindo uma dívida com condições que nem sempre são claras”, diz manifesto do instituto
O Idec ainda defendeu que manter o nome para uma operação com riscos pode comprometer a credibilidade do Pix. Na modalidade, o usuário poderá parcelar pagamentos feitos por Pix no comércio, enquanto o comerciante recebe o valor integral.
“A funcionalidade tem potencial para estimular o uso do Pix no varejo para a compra de bens e serviços de valor mais elevado, favorecendo quem não tem acesso a esse tipo de operação. O Pix Parcelado poderá ser usado para qualquer tipo de transação Pix, inclusive para transferências”, afirma o Banco Central.
Sobre o pagamento, porém, há incidência de juros. Alguns bancos já oferecem essa modalidade, muitas vezes, ligadas ao limite do cartão de crédito, as taxas de juros variam.
O Banco Central decretou como prioridade o que chama de evolução do Pix, criação sua. Se o Pix parcelado ainda não foi oficialmente anunciado, esse ano já ocorreu o lançamento do Pix automático, no mês de junho.
Riscos do Pix parcelado
Ainda segundo o Idec, a implantação do Pix parcelado ocorre em um momento de forte endividamento no país. “Dados recentes do próprio Banco Central e do setor evidenciam o aumento da inadimplência, especialmente entre famílias de baixa renda. É justamente esse público, com menor acesso a cartões de crédito e histórico bancário, que será mais impactado – e potencialmente explorado – pela nova funcionalidade”, alerta.
Na visão do instituto, a modalidade promete “acesso ampliado ao crédito”, mas vai criar armadilhas financeiras e aprofundar desigualdade. Uma das armadilhas do Pix parcelado apontadas pelo Idec é que a contratação do crédito vai ocorrer no momento do pagamento, “sem tempo hábil para refletir sobre taxas, prazos e consequências do não pagamento”.
A entidade publicou no início do mês um manifesto pedindo ao Banco Central a retirada do nome Pix da modalidade, seguindo as mesmas exigências da contratação de outras modalidades de crédito e salvaguardas de superendividamento.
“O Pix nasceu como uma política pública de democratização dos pagamentos. Transformá-lo em um canal de crédito pouco regulado é colocar em risco essa conquista”, conclui o Idec.
Extraído: www.sosconsumidor.com.br/notícias/ - Fonte: nd+ - 25/09/2025 e Idec - Por: Adriano Assis - Imagem: www.tvdopovo.com/
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