Com apoio de última hora
do governo, a Câmara dos Deputados aprovou a mudança na correção do FGTS (Fundo
de Garantia do Tempo de Serviço), que subirá ano a ano até se igualar à da
caderneta de poupança em 2019. A votação foi simbólica. O texto segue agora
para o Senado.
O governo era contra alterar as regras, mas decidiu
fechar acordo para evitar uma nova derrota. Conseguiu garantir recursos para o
Minha Casa, Minha Vida e a regra de aumento gradual do percentual de
remuneração.
O líder do governo na Câmara, deputado José
Guimarães (PT-CE), recomendou aos deputados da base do governo
que votassem a favor do texto apresentado pelo deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ),
relator do projeto.
Disse, no entanto, que o governo irá analisar
"com cuidado" se irá sancionar a proposta, caso ela seja aprovada
também pelo Senado, pois ainda não calculou seu impacto sobre as contas do
FGTS.
NOVAS
REGRAS
A proposta apresentada pelo relator da matéria, com
apoio do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), aumenta o rendimento de
forma escalonada.
A correção atual é de 3% + TR ao ano. O rendimento
anual, além da TR, sobe para 4% em 2016, 4,75% em 2017 e 5,5% em 2018.
A partir de 2019, será aplicada a regra da
poupança: 6,17% ou 70% da taxa básica de juros (Selic), quando esta for igual
ou menor a 8,5%, mais TR ao ano.
Os novos percentuais, no entanto, só se aplicam aos
depósitos feitos a partir de 2016, que serão colocados em uma conta separada. O
estoque acumulado até dezembro de 2015 continua com a correção atual.
Entre 2016 e 2018, os recursos para pagar a
correção adicional sairão do lucro do FGTS, que foi de R$ 17 bilhões, em média,
entre 2005 e 2014. Se o valor não for suficiente, será utilizada parte do
patrimônio acumulado nos últimos anos, que deve chegar a R$ 90 bilhões no fim
de 2015.
Quando o trabalhador for sacar parte do dinheiro, o
débito será feito, em primeiro lugar, do saldo posterior a 2016. Depois, dos
saldos acumulados até 2015. Essa é uma forma de reduzir o custo da medida.
HABITAÇÃO
Ficou definido ainda o uso fixo de 60% do lucro
anual do FGTS para dar descontos aos mutuários das faixas 2 e 3 do programa
Minha Casa Minha Vida. Entre 2009 a 2014, esses subsídios foram, em média, de
R$ 6,8 bilhões a cada ano.
Segundo o relator, caso fosse concedida a
remuneração adicional de 3,17% sobre o saldo de 2014, haveria uma despesa de R$
10,5 bilhões, valor inferior ao lucro do FGTS descontados os repasses para o
Minha Casa Minha Vida, que foi de R$ 12,9 bilhões.
"Não procedem afirmações de que a concessão da
remuneração da poupança às contas dos trabalhadores acarretará a necessidade de
aumento dos custos dos financiamentos concedidos pelo FGTS ou reduções no atual
patamar de direcionamento de recursos ao Minha Casa, Minha Vida ou no
patrimônio do Fundo", afirmou Maia.
Extraído: S.O.S Consumidor/notícia - Fonte: Folha Online – Por: Eduardo Cucolo e Débora Álvares
Extraído: S.O.S Consumidor/notícia - Fonte: Folha Online – Por: Eduardo Cucolo e Débora Álvares
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