11 de setembro de 2020

DISPARADA NOS PREÇOS DO ARROZ, FEIJÃO, LEITE, CARNE, ÓLEO DE SOJA E TRIGO, ENCARECEM A CESTA BÁSICA

Itens essenciais da cesta básica dos brasileiros, como o arroz e o feijão, chegaram a ficar até 48,37% mais caros em 12 meses


Nas últimas semanas, os alimentos tiveram altas expressivas, com destaque para o arroz. Consumidores relataram ter encontrado o pacote de 5 quilos do cereal sendo vendido a mais de R$ 40,00.

Feijão, arroz, carne, leite, óleo de soja já subiram bastante, e mais altas são esperadas, já que os preços no atacado ainda estão subindo. Café e trigo, com efeito no pão francês, massas e biscoitos devem deixar o café da manhã mais caro ainda.

Levantamento feito em parceria entre a Apas e a Fipe (Federação Instituto de Pesquisas Econômicas) mostra a elevação recorde de alguns itens da cesta. De acordo com os dados, o feijão foi que o teve maior aumento proporcional em 12 meses, ficando 48,37% mais caro. Em seguida estão o arroz (25,55%), o óleo de soja (23,51%) e o leite (18,79%).

Considerando somente o período entre janeiro e julho de 2020, o feijão subiu 23,14%, enquanto o leite aumentou 21,62%. O arroz teve alta de 21,08% e o óleo de soja está 9,56% mais caro do que no início do ano.

O presidente da Apas, Ronaldo dos Santos, alega que os supermercados estão somente repassando os aumentos em toda a cadeia produtiva. "Em janeiro, a saca de 50 quilos de arroz estava custando, em média, R$ 43. Hoje, está entre R$ 98 e R$ 100", diz Santos.

Segundo ele, entretanto, nem todos os aumentos na cadeia já foram repassados ao consumidor final. "Hoje, o pacote de 5 quilos nas lojas está custando de R$ 18 a R$ 23. Se não houver redução no preço da saca, devemos chegar a pouco mais de R$ 30 [o pacote]."

Segundo os especialistas do setor, os preços dos alimentos e outros produtos, estão ocorrendo devido a uma conjugação de fatores negativos ou ruins, como: a alta do Dólar, maior consumo da China, recuperação econômica da Europa e Ásia, quebra da safra devido à estiagem, e o período de entressafra.

Sugerida pelo setor supermercadista, uma das medidas adotadas pelo governo federal para elevar a oferta de arroz no mercado interno - e, consequentemente, pressionar os preços para baixo - foi anunciada na última quarta-feira dia 09/09/2020: a retirada da taxa para importação do cereal.

O governo federal em princípio, descarta impor qualquer tabelamento de preços. Segundo o Diretor Executivo do Procon-SP, Fernando Capez, a comprovação da eventual abusividade será constatada por meio da comparação entre o valor pelo qual o estabelecimento comprou o alimento e o preço praticado ao consumidor final, o que irá demonstrar a margem de lucro obtida.

Apesar de não se falar em tabelamento, Capez adverte que a venda do pacote do arroz de cinco quilos a mais de R$ 25 já configura um "indício de abusividade". "Acima de R$ 25 eu vou prestar muita atenção", afirma.

O Procon-SP começará na próxima segunda-feira dia 14/09/2020, a fiscalizar os preços de itens da cesta básica em estabelecimentos comerciais de todo o estado. O objetivo é verificar se os supermercados estão cometendo práticas abusivas ao aplicar aumentos em produtos como arroz, feijão, carne, leite, ovos e óleo.

Espera-se que todos os Procons do Brasil façam o mesmo, para defender os consumidores, da pratica de preços abusivos especialmente da cesta básica.

30 anos do Código de Defesa do Consumidor

O CDC- Código de Defesa do Consumidor completa nesta sexta feira dia 11 de setembro de 2020, 30 anos de existência, já que foi criado em 11/09/1990, por meio da Lei nº 8.078.

Considerada uma das leis mais avançadas do mundo, trouxe aos consumidores e à justiça brasileira, importante instrumento de proteção e defesa dos direitos de todos os cidadãos.

A lei veio trazer mais harmonia e equilíbrio nas relações de consumo, onde o consumidor por ser hipossuficiente é considerado a parte mais fraca na relação jurídica, e como tal deve ser protegido do chamado “capitalismo selvagem”, comandado pelo “poder econômico”.

Sem dúvidas houve um grande avanço, com benefícios consideráveis aos consumidores, mas é preciso estar sempre alerta e reclamar! Como no caso específico dos aumentos abusivos de preços, que todos estão “sentindo no bolso”.

É preciso uma atuação forte, firme e eficaz dos órgãos de defesa do consumidor, especialmente dos Procons, na fiscalização e na aplicação de punições aos infratores, que ficar comprovado que estão lesando o sofrido e empobrecido povo brasileiro.

Extraído: sosconsumidor.com.br/noticias - Fonte: Folha Online - Por: Fábio Munhoz e Tribun@ do Com$umidor

 

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