2 de junho de 2023

TAXA DE JUROS DO CARTÃO DE CRÉDITO ROTATIVO SOBE E CHEGA QUASE A 450% AO ANO

Segundo o BC a taxa média de juros do cartão de crédito rotativo em março de 2023 foi de 447,5% ao ano, a mais alta nos últimos 6 anos


Os juros de cartão de crédito rotativo no Brasil atingiram o nível mais alto em seis anos e chegou a quase 450% ao ano. Além de pessoas, empresas também estão endividadas. De acordo com o Banco Central (BC), a taxa média de juros cobrada pelos bancos nas operações com cartão de crédito rotativo subiu de 433,3% ao ano, registrada em março, para 447,5% ao ano, em abril de 2023. 

Em março de 2017, a taxa estava em 490% ao ano, acima da atual. Segundo o economista Roberto Piscitelli, com um total de 190 milhões de cartões ativos e 93 milhões de clientes, representando aumento de 30% em três anos, o risco de que pessoas entrem na lista de inadimplentes é alto, principalmente com a inflação elevada. 

“Sabemos que o cartão de crédito é o mecanismo mais utilizado pelas pessoas físicas. E é justamente o instrumento de endividamento e que traz mais preocupação por causa das altas taxas de juros e das dificuldades de administrar essas dívidas”, comentou. 

O endividamento das famílias atingiu 48,5% em março, com recuos de 0,1% no mês e de 1,3% em 12 meses. No entanto, nas mesmas bases de comparação, o comprometimento de renda aumentou 0,3% no mês e 1,6% em 12 meses, ficando em 27,7%.

O que é crédito rotativo do cartão de crédito?

O crédito rotativo do cartão de crédito é acionado por quem não pode pagar o valor total da fatura na data do vencimento.

- O patamar da taxa rotativa de juros segue proibitivo. Essa é a linha de crédito mais cara do mercado e, segundo analistas, deve ser evitada.

- A recomendação é que os clientes bancários paguem todo o valor da fatura mensalmente.

- As concessões de empréstimos por meio do cartão de crédito rotativo para pessoas físicas registraram crescimento em 2022 e bateram recorde.

Os representantes das instituições financeiras argumentam que o fato de os consumidores poderem parcelar as compras “sem juros”, algo que só existe praticamente no Brasil, deixando o risco integralmente com o emissor do cartão, contribui para a alta taxa cobrada.

Atraso de cerca de 20%

O Banco Central informou, que entre 17% e 20%, independentemente do número de vínculos dos usuários, permaneciam, em julho do ano passado, com uso do rotativo e do rotativo não migrado (valor que permanece no sistema de crédito rotativo por mais de 30 dias, prazo máximo previsto, após a fatura não ter sido paga integralmente no seu vencimento). Deste modo, estavam pagando juros.

Extraído: sosconsumidor.com.br - Fonte: Joven Pan e g1.globo.com - Por: Alexandro Martello-G1


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