2 de janeiro de 2012

PRÓTESES MAMÁRIAS PIP DEVEM SER SUBSTITUIDAS

Desde 2000 as autoridades sanitárias dos EUA alertam para os riscos das próteses mamárias da marca francesa PIP, implantadas em quase 300 mil mulheres em todo o mundo. As mesmas devem ser substituídas imediatamente por apresentar elevado risco de rompimento e danos à saúde

Em maio de 2000, a Administração de Alimentos e Drogas dos EUA (FDA) enviou um investigador para inspecionar a fábrica da empresa Poly Implant Prothese (PIP) em La Seyne Sur Mer, no sul da França.
Logo depois, a FDA enviou uma carta ao fundador da empresa, Jean-Claude Mas, alertando que os implantes estavam "adulterados" e, citando pelo menos 11 irregularidades. Só após dez anos para serem investigadas na Europa é que se tornou um escândalo mundial.
O problema tinha a ver com os implantes salinos, um produto diferente das próteses de silicone que o governo francês retirou do mercado em 2010, por conter silicone de uso industrial, em vez da versão médica. A PIP faliu depois disso.
Na semana passada, o governo da França orientou usuárias das próteses de silicone da PIP a retirarem-nas cirurgicamente, já que esses implantes apresentam risco elevado de se romperem. Grã-Bretanha, Brasil e outros países também recomendaram que as usuárias procurem o mais rápido possível os seus médicos.
Embora o produto citado na carta da FDA fosse diferente, a fábrica inspecionada era a mesma que fazia as próteses de silicone.
Não se sabe por que o alerta norte-americano não levou as autoridades da França ou de outros países a prestarem mais atenção à PIP. O FDA e as autoridades reguladoras da saúde na França não explicaram na segunda-feira se o alerta de 2000 foi compartilhado entre os governos, embora a carta fosse pública já naquela época.
Além disso, a morte de uma mulher vítima de câncer, no ano passado, está sendo investigado na França como homicídio culposo. A mulher usava próteses PIP, mas não há provas de que os implantes adulterados elevem o risco de câncer.
O advogado Yves Haddad, que representa a Poly Implant Protheses (PIP), hoje desativada, afirmou que a empresa vendia dois tipos de próteses: aquelas conhecidas como "simples", produzidas com silicone sem o selo de aprovação, e um produto mais sofisticado utilizando um silicone aprovado, destinado a clientes mais ricos.
"Existe um produto feito pela PIP que não recebeu oficialmente a aprovação (da agência regulatória) e nesse sentido houve violação de regulamentos", disse Haddad à Reuters.
Até agora, não houve punições pela adulteração, mas fontes disseram que um tribunal de Marselha pode iniciar em breve processos por fraude contra quatro a seis ex-funcionários da PIP.
Estima-se que 300 mil mulheres no mundo todo usem as próteses de silicone PIP. Não foi possível verificar imediatamente a quantidade de mulheres que usam os implantes salinos.
Extraído de: JusBrasil – Fonte: Reuters BrasilPor: Anna Yukhananov

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