Essa prática é a terceira maior causa da
inclusão do CPF (Cadastro de Pessoa Física) em listas negras, de acordo com
pesquisas sobre inadimplência feitas pela Boa Vista Serviços e Serasa Experian,
empresas gestoras de cadastro de proteção ao crédito
A sabedoria popular
reza que o maior bem de uma pessoa é seu nome. Ainda assim, muitos cidadãos não
dedicam a ele o zelo que deveriam. Por ingenuidade ou falta de cuidado, passam
a fazer parte, involuntariamente, das listas de restrição ao crédito ao
emprestar o nome a terceiros, para compras ou obtenção de empréstimo, sem que o
favorecido cumpra a promessa de honrar o pagamento.
Proximidade
Segundo Fernando Cosenza, diretor da Boa
Vista Serviços, mais de 90% dos empréstimos de nome é feito para pessoas muito
próximas, geralmente um familiar ou vizinho. A proximidade da relação seria um
dos fatores de constrangimento para a recusa do pedido.
Transtornos
"O consumidor deve ter em mente que
ficar com restrição para o crédito traz muitos transtornos, como a
impossibilidade de contratar empréstimos, financiamentos, cartão de crédito ou
talão de cheques, o que pode comprometer, e muito, sua rotina", alerta o
especialista.
Em situações de
pedido de um favor dessa natureza o executivo sugere a troca de permissão do
uso do cartão de crédito, por exemplo, por uma proposta de empréstimo em
dinheiro, para não se amarrar a parcelas de faturas ou a custos adicionais,
como juros, em caso de ocorrência de atraso no pagamento.
Histórico
"O consumidor tem que lembrar que
geralmente a pessoa que pede esse tipo de favor já tem o próprio nome com
restrição, ou seja, já mostra que tem dificuldade em pagar suas contas",
esclarece Consenza.
Vale ressaltar que, legalmente, a
responsabilidade sobre a dívida é sempre de quem a contratou, independentemente
do fato de ter sido para uso próprio ou de terceiros.
Inadimplência
Os cuidados para não se arriscar ao
emprestar o nome para amigos, familiares e conhecidos se fazem ainda mais
necessários diante dos últimos dados relativos à inadimplência. O indicador
surpreendeu as estimativas do governo federal e avançou no ano passado, mesmo
com a desaceleração da oferta de crédito.
O calote cresceu e
atingiu 5,8% no ano passado, contrariando os prognósticos do Banco Central de
que o aumento do emprego e da renda iria reverter a tendência.
Apesar da alta dos atrasos em 2012, que
estavam em 5,5% no fim de 2011, o BC ainda acredita na queda do indicador nos
próximos meses. "O aumento da massa salarial aumenta a capacidade de
pagamento de compromissos. Isso nos leva a crer que haverá recuo", disse o
chefe do Departamento Econômico da instituição, Tulio Maciel.
Em Fortaleza, a
tendência é a mesma da nacional: elevação da inadimplência. O número de pessoas
que não honraram com as dívidas aumentou 0,4% em janeiro comparada a dezembro.
Dessa forma, 5,6% dos consumidores da Capital estão inadimplentes.
Destes, os homens representam
a maioria. 6,5% das pessoas do sexo masculino estão inadimplentes, contra 4,9%
das mulheres. Os mais endividados tem entre 25 a 34 anos e representam 8,9%.
A pesquisa aponta
que estes cursaram até o ensino fundamental (6,6% dos entrevistados na situação
de inadimplência) e ganham até 5 salários mínimos (6,2%). A maior causa da
inadimplência na Capital é o desequilíbrio financeiro, com 61,2% das
justificativas. Os que adiaram o pagamento aplicando os recursos em outras
finalidades representam 21,3%, com 15,7% contestando as dívidas. Curiosamente,
8,3% afirmaram que simplesmente esqueceu-se de pagar o que deviam e por isso
estão inadimplentes.
Extraído
de: S.O.S Consumidor/Notícias - Fonte: diariodonordeste.globo.com
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