O Banco Central
confirmou o que era esperado pelo mercado e elevou a taxa básica de juros
(Selic) em 0,5 ponto percentual, para 13,25% ao ano
O aumento da taxa, que serve de
referência para o custo do dinheiro na economia brasileira, veio em
conformidade com as expectativas do mercado. A alta era a aposta de 53 dos 61
economistas ouvidos em pesquisa da Bloomberg. Os outros oito viam aumento de
0,25 ponto percentual, a 13%.
A decisão foi unânime e o
comunicado foi exatamente o mesmo da reunião passada. Esse foi o quinto aumento
seguido desde as eleições, no fim de outubro de 2014.
Os juros estão agora no maior
nível desde janeiro de 2009. Naquela época, o BC iniciava um processo de
redução da taxa básica para reanimar a economia diante dos efeitos da queda do
banco Lehman Brothers.
A decisão foi anunciada em um
momento em que o dólar e o reajuste de tarifas pressionam a inflação e a
atividade econômica aprofunda a recessão - o PIB recuará 1,1%, segundo
analistas.
A taxa Selic é utilizada nos
empréstimos que o BC faz a instituições financeiras. Ela também serve de
referência para a economia e para os juros cobrados de consumidores e empresas.
Com o aumento da taxa básica de
juros (Selic), o BC aumenta a atratividade das aplicações em títulos da dívida
pública. Assim, começa a "faltar" dinheiro no mercado financeiro para
viabilizar investimentos que tenham retorno maior que o pago pelo governo. Se a
taxa cai, ocorre o inverso.
A taxa de juros é o instrumento
utilizado pelo BC (Banco Central) para manter a inflação sob controle ou para
estimular a economia.
Se os juros caem muito, a
população tem maior acesso ao crédito e, assim, pode consumir mais. Esse
aumento da demanda pode pressionar os preços caso a indústria não esteja
preparada para atender um consumo maior.
Por outro lado, se os juros
sobem, a autoridade monetária inibe consumo e investimento – que ficam mais
caros – a economia se desacelera e evita-se que os preços subam, ou seja, que
haja inflação.
Para a próxima reunião do Copom
(Comitê de Política Monetária), marcada para 2 e 3 de junho, as previsões
divergem sobre a possibilidade de uma nova alta de juros. Um novo aumento
poderia afetar ainda mais a atividade econômica, e a expectativa é que a
inflação comece a retroceder sob efeito da política monetária.
Para Eduardo Velho,
economista-chefe da gestora INVX Global Partners, a inflação alta deve fazer
com que o BC faça novo aumento de juros em junho. "Mas deve ser a última
alta, porque o contexto da economia nacional não permite novos aumentos, sob
risco de afetar mais ainda o crescimento do Brasil", afirma.
Para a equipe de análise da
Concórdia, a alta desta quarta-feira foi a última deste ano, para não afetar
mais ainda a economia brasileira.
O BC tenta trazer a inflação ao
consumidor, que está acima de 8% no acumulado em 12 meses, para a meta de 4,5%
até o fim de 2016. Para isso, conta com o aumento de juros, com a desaceleração
da economia e com a melhora nas contas públicas (menos gastos e mais impostos).
Para o BC, é preciso agir para
evitar que os efeitos da alta do dólar e da correção de tarifas e preços
controlados pelo governo se espalhem ainda mais pela economia e mantenham a
inflação alta.
PIB
A atividade econômica
enfraquecida é o que limita novas altas da Selic neste ano. No quarto trimestre
do ano passado, o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro cresceu 0,1%, abaixo
das expectativas.
Neste ano, o país deve ter
retração de 1,1% do PIB, de acordo com o boletim Focus, divulgado pelo Banco
Central. A indústria continua sendo um peso sobre a atividade em geral, com
contração de 2,5% no ano, segundo o boletim.
A expectativa é de que a
economia melhore em 2016, com crescimento de 1%, de acordo com o Focus.
Extraído:
S.O.S Consumidor/notícia - Fonte: Folha
Online
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