Em anos de evolução quando o assunto é consumidor e,
ainda assim, efetuar um pedido de cancelamento pode ser um martírio
No Brasil, ninguém é obrigado a ficar associado a
nada. Se você contratou algum serviço, fornecido ao longo de meses ou anos,
você pode pedir seu desligamento imediato a qualquer momento.
Essa situação pode ser alterada em casos
específicos, como na contratação de um “pacote de fidelidade”, no qual o
consumidor fica atrelado (por força de um contrato) por tempo determinado a um
serviço e recebe em troca o pagamento de uma mensalidade menor. Fora situações
explícitas em um contrato, se você quiser sair nada pode te impedir.
Entretanto, o que presenciamos hoje é que as grandes
empresas, em muitos casos, abusam do consumidor quando ele busca cancelar um
serviço. Aproveitando-se de uma jurisprudência ainda tímida ao estipular
valores de danos morais pequenos, com medo da criação de uma “indústria do dano
moral”, alguns fornecedores têm criado mecanismos para tentar constranger o
consumidor para que ele não se desvincule de um serviço contratado. Isso
transforma um ato civil simples num martírio para milhões de pessoas.
Não é incomum perdermos horas (e até dias) ao
tentar cancelar um serviço de internet, telefonia celular, TV por assinatura,
etc. É uma verdadeira “tortura emocional” esse procedimento adotado pelos
grandes fornecedores.
Em primeiro lugar, a opção de cancelar o serviço
quase nunca está no site das empresas. Você é, então, levado a efetuar ligações
demoradas para call centers onde, em muitos casos, é empurrado para vários
setores diferentes, que buscam negociar reduções, mesmo quando você só quer
sair.
É um processo desgastante pedir o cancelamento do
serviço, várias pessoas ficam tentando fazer o consumidor voltar atrás. O
curioso é que, para contratar, o atendimento é rápido, mas, para sair é um
caos. Não é incomum as ligações “caírem” e você ter de reiniciar o suplício de
novo, e de novo.
Então, fique atento com isso e se você deseja
cancelar um serviço tenha muita paciência. Os obstáculos serão muitos. Dê
preferência a usar emails ou sala de atendimento online (imprima as telas nesse
caso) para se proteger contra eventuais abusos. Não trate ninguém com
grosseria, afinal o empregado está apenas cumprindo ordens da empresa, mas seja
assertivo, firme e educado. Insista que apenas deseja cancelar o serviço e não
deixe o assunto mudar.
Seja firme. Se houver dificuldades excessivas,
junte toda sua documentação e procure os órgãos de defesa do consumidor (defesa
coletiva), ou advogados para analisarem a viabilidade, no caso concreto, de uma
ação judicial, inclusive por dano moral.
Extraído: endividado.com.br/noticia - Fonte: Consumidor Moderno - Por: Lélio Braga Calhau, Promotor de Justiça do
Ministério Público de Minas Gerais
Nenhum comentário:
Postar um comentário