O governo tenta reduzir ainda mais, pressionando a Petrobras a acompanhar a queda recente das cotações internacionais do petróleo
O preço médio da gasolina nos postos
brasileiros caiu mais 6,4% nesta semana, voltando ao patamar de junho de 2021,
em valores corrigidos pela inflação. O governo tenta reduzir ainda mais,
pressionando a Petrobras a acompanhar a queda recente das cotações
internacionais do petróleo.
Segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo,
Gás e Biocombustíveis), o litro da gasolina foi vendido, em média, a R$ 6,07
por litro nesta semana. É uma queda acumulada de 17,8%, ou R$ 1,32 por litro,
desde que governo federal e estados começaram a baixar impostos.
A redução ainda é menor do que a esperada
pelo governo, que fala em R$ 1,55 por litro. Para tentar forçar os repasses, o
presidente Jair Bolsonaro (PL) editou decreto na semana passada determinando
que os postos divulguem os valores vigentes antes dos cortes de impostos.
A gasolina mais barata foi detectada pela
ANP em Macapá (AP), a R$ 5,15 por litro. A mais cara foi detectada em Tefé
(AM), a R$ 8,10 por litro.
O governo e aliados pressionam a Petrobras a
cortar o preço nas refinarias, acompanhando a queda das cotações internacionais
do petróleo. No início do pregão desta sexta-feira (15), o preço médio
praticado pelas refinarias brasileiras estava R$ 0,31 por litro acima da
paridade de importação.
É o quarto dia consecutivo em que a gasolina
brasileira fica mais cara do que o custo estimado para importar o produto,
segundo projeções da Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de
Combustíveis).
Ainda assim, especialistas no setor
consideram que o período não foi suficiente para compensar os meses de venda do
produto com preço menor do que as cotações internacionais. Além disso, o
mercado ainda vê grandes incertezas sobre o comportamento dos preços. Nesta
sexta (15), por exemplo, a cotação do petróleo Brent, referência internacional
negociada em Londres, fechou em alta de 2,07%, a US$ 101,16 (R$ 546) por
barril. Na semana, porém, a commodity acumula queda de 5,47%.
A queda é justificada por temores de que a
inflação elevada leve a economia global à recessão, reduzindo a demanda por
combustíveis e energia. O banco Goldman Sachs, porém, ressalta que os
fundamentos mostram ainda aperto na oferta do produto.
"As chances de recessão global estão,
de fato, crescendo, mas é prematuro que o mercado de petróleo sucumba a tais
preocupações", escreveram analistas do banco, em relatório divulgado na
quarta (13). Para eles, a expectativa ainda é de aumento do consumo, principalmente
com o fim de lockdowns na China.
A decisão por aumentos ou corte nos preços
dos combustíveis é de um comitê composto pelo presidente da Petrobras, Caio
Paes de Andrade, e os diretores de Comercialização e Logística, Cláudio
Mastella, e de Finanças, Rodrigo Araújo.
Paes de Andrade tomou posse no fim de junho
com a missão de tentar segurar reajustes, mas ainda não promoveu mudanças na
diretoria, que foi formada pelo general Joaquim Silva e Luna e é mais
refratária a intervenções do governo na gestão da empresa.
O conselho de administração também mantém
uma composição mais independente, ao menos até a próxima assembleia, que deve
eleger um grupo mais alinhado com o presidente Bolsonaro e com lideranças do
centrão.
Também beneficiado pelo corte de impostos
federais e estaduais, o etanol hidratado foi vendido, em média, a R$ 4,41 por
litro esta semana, 2,4% abaixo do valor verificado na semana anterior.
Desde o início da vigência das novas
alíquotas, o preço do produto caiu 9,4%.
Com menor efeito das leis mais recentes, o
preço do diesel caiu 0,5% esta semana, para a média de R$ 7,48 por litro. O
combustível já tinha impostos federais zerados e não sente o impacto do teto do
ICMS, já que a maior parte dos estados já praticavam alíquotas inferiores às
estabelecidas pela lei.
Extraído:
sosoconsumidor.com.br - Fontes: Folha Online
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