23 de julho de 2022

GASOLINA CAI MAIS 6,4% NOS POSTOS E VOLTA A NÍVEL DE JUNHO DE 2021

O governo tenta reduzir ainda mais, pressionando a Petrobras a acompanhar a queda recente das cotações internacionais do petróleo


O preço médio da gasolina nos postos brasileiros caiu mais 6,4% nesta semana, voltando ao patamar de junho de 2021, em valores corrigidos pela inflação. O governo tenta reduzir ainda mais, pressionando a Petrobras a acompanhar a queda recente das cotações internacionais do petróleo.

Segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis), o litro da gasolina foi vendido, em média, a R$ 6,07 por litro nesta semana. É uma queda acumulada de 17,8%, ou R$ 1,32 por litro, desde que governo federal e estados começaram a baixar impostos.

A redução ainda é menor do que a esperada pelo governo, que fala em R$ 1,55 por litro. Para tentar forçar os repasses, o presidente Jair Bolsonaro (PL) editou decreto na semana passada determinando que os postos divulguem os valores vigentes antes dos cortes de impostos.

A gasolina mais barata foi detectada pela ANP em Macapá (AP), a R$ 5,15 por litro. A mais cara foi detectada em Tefé (AM), a R$ 8,10 por litro.

O governo e aliados pressionam a Petrobras a cortar o preço nas refinarias, acompanhando a queda das cotações internacionais do petróleo. No início do pregão desta sexta-feira (15), o preço médio praticado pelas refinarias brasileiras estava R$ 0,31 por litro acima da paridade de importação.

É o quarto dia consecutivo em que a gasolina brasileira fica mais cara do que o custo estimado para importar o produto, segundo projeções da Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis).

Ainda assim, especialistas no setor consideram que o período não foi suficiente para compensar os meses de venda do produto com preço menor do que as cotações internacionais. Além disso, o mercado ainda vê grandes incertezas sobre o comportamento dos preços. Nesta sexta (15), por exemplo, a cotação do petróleo Brent, referência internacional negociada em Londres, fechou em alta de 2,07%, a US$ 101,16 (R$ 546) por barril. Na semana, porém, a commodity acumula queda de 5,47%.

A queda é justificada por temores de que a inflação elevada leve a economia global à recessão, reduzindo a demanda por combustíveis e energia. O banco Goldman Sachs, porém, ressalta que os fundamentos mostram ainda aperto na oferta do produto.

"As chances de recessão global estão, de fato, crescendo, mas é prematuro que o mercado de petróleo sucumba a tais preocupações", escreveram analistas do banco, em relatório divulgado na quarta (13). Para eles, a expectativa ainda é de aumento do consumo, principalmente com o fim de lockdowns na China.

A decisão por aumentos ou corte nos preços dos combustíveis é de um comitê composto pelo presidente da Petrobras, Caio Paes de Andrade, e os diretores de Comercialização e Logística, Cláudio Mastella, e de Finanças, Rodrigo Araújo.

Paes de Andrade tomou posse no fim de junho com a missão de tentar segurar reajustes, mas ainda não promoveu mudanças na diretoria, que foi formada pelo general Joaquim Silva e Luna e é mais refratária a intervenções do governo na gestão da empresa.

O conselho de administração também mantém uma composição mais independente, ao menos até a próxima assembleia, que deve eleger um grupo mais alinhado com o presidente Bolsonaro e com lideranças do centrão.

Também beneficiado pelo corte de impostos federais e estaduais, o etanol hidratado foi vendido, em média, a R$ 4,41 por litro esta semana, 2,4% abaixo do valor verificado na semana anterior.

Desde o início da vigência das novas alíquotas, o preço do produto caiu 9,4%.

Com menor efeito das leis mais recentes, o preço do diesel caiu 0,5% esta semana, para a média de R$ 7,48 por litro. O combustível já tinha impostos federais zerados e não sente o impacto do teto do ICMS, já que a maior parte dos estados já praticavam alíquotas inferiores às estabelecidas pela lei.

Extraído: sosoconsumidor.com.br - Fontes: Folha Online

 

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