A melhoria na qualidade
da gasolina poderá permitir redução de 4% a 6% no consumo de combustível por
quilômetro rodado.
Pela Resolução da ANP nº 807/2020, a partir do dia 3 de agosto de 2020, toda a gasolina
vendida no país terá que seguir as novas especificações regulamentadas pela ANP
(Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis), que melhoram a qualidade
e o rendimento do combustível. A expectativa, porém, é que a melhoria da
qualidade tenha impacto no preço do combustível.
As novas especificações
foram definidas pela ANP em janeiro de 2020, com o objetivo de preencher
lacunas na legislação que permitiam a produção ou importação de gasolina de
menor qualidade. As novas regras estipulam uma massa específica mínima e um
valor mínimo de octanagem RON (Research Octane Number), sigla em inglês para
número de octanas pesquisa.
Na primeira fase das
mudanças, que entrou em vigor em 3 de agosto, para a gasolina Comum o valor
mínimo de RON será 92. A partir de 1º de janeiro de 2022, o número é
elevado para 93, mais próximo dos 95 vigentes na maior parte da Europa. Para
a gasolina Premium o valor mínimo de RON será de 97, já em agosto deste ano.
As mudanças nas
especificações eram defendidas pelas montadoras de veículos por facilitar o
ajuste dos motores, mas esbarrava nas características do parque de refino da
Petrobras. A estatal diz que vem preparando suas refinarias há alguns meses e
que hoje todas já produzem seguindo as novas especificações.
Segundo a Petrobras, a
melhora na qualidade poderá permitir redução de 4% a 6% no consumo de gasolina
por quilômetro rodado. A estatal diz ainda que a nova especificação da gasolina
melhora o desempenho do motor, a dirigibilidade e o tempo de resposta na
partida a frio, além de manter aquecimento adequado do motor.
A ANP acrescenta que a
mudança vai permitir a introdução no país de motores mais eficientes, com menor
consumo e menos poluentes. Antes de janeiro, as regras brasileiras não
estabeleciam limites mínimos de massa específica nem valor mínimo de RON, o que
permitia a importação de gasolinas mais leves.
O mercado de combustíveis
espera elevação do preço com a venda de uma gasolina mais nobre. Segundo a
Argus Media, empresa especializada em preços de commodities energéticas,
contratos de importação de gasolina americana para o Brasil já trazem novos
parâmetros de preço.
As cargas negociadas para
desembarque em agosto estão, em média, US$ 0,05 por galão (o equivalente a R$
0,07 por litro) mais caro do que a média apurada em maio e junho. Enquete feita
pela empresa no mercado apontou expectativas de elevação do preço entre US$
0,04 e US$ 0,07 por galão (R$ 0,05 a R$ 0,09 por litro)
A Petrobras diz que
eventual elevação de preço será compensada pelo ganho de rendimento do motor,
"porque o consumidor vai rodar mais quilômetros por litro". A empresa
destacou ainda que o preço é definido pela cotação no mercado internacional e
tem outras variáveis, como frete e câmbio, que podem influenciar o valor final.
O preço de venda da
gasolina pelas refinaras da Petrobras representa 28% do preço final do
combustível - o restante são impostos e margens de lucro de postos e
distribuidoras. Desde maio, com a recuperação das cotações do petróleo, a
estatal promoveu oito reajustes no combustível, com alta acumulada de 60%.
Extraído: sosconsumidor.com.br/noticias - Fonte: Folha Online - Por: Nicola
Pamplona
ÚLTIMAS 25 POSTAGENS
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário