6 de outubro de 2014

DESCONTO DA LUZ DE 2013 JÁ FOI QUASE TODO PERDIDO

Utilizado como bandeira eleitoral pela presidente Dilma, o desconto da conta de energia em 2013 praticamente se anulou com os aumentos deste ano, quando as distribuidoras repassaram às tarifas o uso mais intenso das térmicas no ano passado

Em 2013, redução de tributos e renegociação de contratos antigos de geradoras de energia (como a Eletrobras) a preços mais baixos, previsto em medida provisória de 2012, resultaram em queda de 15,7% da tarifa ao consumidor residencial, segundo o IPCA (inflação oficial).
De janeiro a agosto, o reajuste médio nas principais regiões metropolitanas e capitais do país já atingiu 11,7%.
Faltam ainda aumentos em três importantes áreas: Porto Alegre, Goiânia e especialmente no Rio de Janeiro, região metropolitana cujo peso da energia na inflação só perde para o de São Paulo.
A julgar pelos reajustes já autorizados pela Aneel, economistas estimam altas de 20% a 30%. Se as projeções se confirmarem, dizem, o desconto de 2013 será zerado.
Somente no Rio, um aumento hipotético de 30% (percentual próximo dos últimos reajustes) geraria um impacto de 0,10 ponto percentual na inflação de novembro, mês de correção da Light, segunda maior distribuidora do país. Trata-se de um quarto da inflação de junho (0,40%). Em julho, o índice foi de 0,01%.
Analistas esperam que o IPCA neste ano feche pouco abaixo da meta de 6,5%, mas a grande incógnita são os próximos aumentos da energia.
"Certamente, se os reajustes mantiverem o nível [dos já concedidos], o custo da energia pode subir até mais que o percentual de queda de 2013", diz Luiz Roberto Cunha, economista da PUC-Rio.
Para ele, há um "claro represamento das tarifas de energia para não estourar a meta de inflação" neste ano. "O mesmo acontece com o preço da gasolina", que deverá subir no final desse ano ou no início do ano que vem.
Extraído: S.O.S Consumidor/Notícias - Fonte: Folha Online

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