3 de fevereiro de 2015

RISCO DE RACIONAMENTO DE ENERGIA É DE 60%

O diretor do CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura), Adriano Pires, especialista do setor elétrico disse que o risco de haver um racionamento de energia em todo o país é de 60%.

Editoria de arte/Folhapress
Pires, colaborador do programa energético, na última campanha presidencial, participou sexta-feira dia 30 de janeiro, de um evento realizado em Brasília, para discutir a crise no setor.
Disse ele "O setor elétrico está vivendo o pior momento da sua história. Tem uma conta para pagar de R$ 115 bilhões (acumulada de 2012 a 2014), assumida pelo setor, em função dessas tarifas populistas e estamos na beira de um racionamento".
Dupla crise
Em algumas regiões do país “de dia falta água e de noite falta luz”. Os sinais de que uma dupla crise de água e de energia se avizinha vêm do próprio governo.
Nos últimos dias, o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, admitiu que o país pode passar por racionamento de energia, a agência responsável pela gestão de recursos hídricos avisou que poderá reduzir a captação de indústrias em São Paulo e o governador do Rio de Janeiro, afirmou que serão as empresas as primeiras penalizadas caso falte água no Estado.
Segundo Pires, o governo está "novamente" apostando na chuva para conseguir resolver a situação.
"É inacreditável um ministro de Minas e Energia (citando Eduardo Braga) declarar que está esperando o reservatório chegar a 10%, para decretar um racionamento. Ele está esperando o blackout", afirmou.
Para o especialista, a presidente Dilma deveria fazer um pronunciamento em rede nacional de televisão para lançar um grande programa de eficiência energética e propor a racionalização do consumo elétrico.
"Pedindo que voluntariamente as pessoas diminuam seu consumo. Em pouco tempo não vai ter nem energia para fornecer para a população. Vai ter que ter corte mesmo", completou.
As empresas de São Paulo e Rio de Janeiro, Estados responsáveis por mais de 40% da economia do país, se preparam para um ano de produção reduzida e custos elevados diante da dupla crise de abastecimento à espreita.
Para analistas, a economia será gravemente impactada se o racionamento vier – seja ele qual for. O banco Credit Suisse calcula que a restrição de energia tire pelo menos um ponto percentual do PIB (Produto Interno Bruto) – uma queda de 0,5% viraria uma recessão de 1,5%.
A conta prevê corte de 10% da energia por um ano. Em 2001, o governo impôs redução de 20% por sete meses.
Petrobras
Pires classificou a atual crise vivida pela Petrobras como uma "tragédia" ignorada pelo governo, que não estaria tomando as providências necessárias para salvar a empresa.
"O governo é o grande culpado, que destruiu a Petrobras para fazer política econômica, segurar a inflação. Usando a empresa para ajudar os partidos e os aliados, para fazer política industrial, elegendo os amigos do rei", afirmou.
Para ele, a solução para a estatal depende de uma reformulação completa.
"É preciso trocar a diretoria, o Conselho de Administração. Imediatamente. Refundar a empresa", argumentou. "Uma empresa de 400 mil funcionários, vamos combinar que é ingovernável."
Pires reforçou que não defende a demissão de funcionários, mas o que chamou de "dar um novo arranjo para a empresa".
"Esse arranjo de Petrobras como é hoje, esse gigantismo todo, é ingovernável", disse sem dar mais detalhes.
"Será que esse governo que levou a Petrobras a essa situação caótica tem competência para tirar a Petrobras do fundo do buraco? Lamentavelmente eu acho muito difícil."
Extraído: S.O.S Consumidor/Notícias - Fonte: Folha Online

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