Devedores deixam de pagar familiares, amigos, cartão de crédito e crediário, aponta levantamento do SPC Brasil com a CNDL
Subiu o número de
brasileiros que pegam dinheiro com amigos e parentes e deixam de pagar a conta.
Segundo levantamento do SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) com a CNDL
(Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas), quatro em cada dez brasileiros
que devem são para parentes ou amigos.
No ano passado, 28%
tinha débitos com parentes em atraso. Esse ano, o número ficou em 38%. Segundo
Marcela Kawauti, economista-chefe do SPC Brasil, isso acontece porque as
pessoas não tem mais de onde tirar crédito, seja porque já tem outras contas em
atraso ou estão desempregadas. Por isso, a alternativa é recorrer a quem
tem condição financeira melhor ou mais crédito, como é o caso dos aposentados.
”A situação do
consumidor está tão complicada que ele recorre a essas formas de empréstimo não
tradicionais“, diz.
Segundo ela, pegar
dinheiro com familiares ou parentes é uma boa para quem está endividado, pois
não há taxas de juros como nos bancos. Porém, para quem empresta, pode ser mau
negócio, porque não há garantia do pagamento. ”Costumamos orientar as pessoas a
não fazerem empréstimos para conhecidos, porque elas podem perder o amigo e o
nome“, diz.
O levantamento
mostra que após o empréstimo informal, o parcelamento do cartão de crédito,
crediário em loja e o cheque especial são as contas mais deixadas pelo
consumidor.
Na pesquisa, que
entrevistou 609 consumidores com contas em atraso há mais de três meses em
todas as capitais do país, foi medido um aumento de intenção de quitar as
contas em curto prazo. 35,8% das pessoas afirma que pretende pagar as contas
nos próximos três meses. Ano passado, o dado estava em 19,9%.
A estratégia das
pessoas para quitar os débitos, em sua maioria (37%), é renegociar com o
credor. O SPC alerta que o refinanciamento só deve ser feito se a pessoa tiver
condições de arcar com o novo compromisso.
”É preferível
não pagar a queimar a segunda chance que o credor dá de quitar
as dívidas“, explica a economista.
Reinaldo Domingos,
educador financeiro do Dsop, afirma que quem está muito endividado precisa
fazer um orçamento com toda a família para ver o que pode pagar das parcelas.
”Se não tiver condições de fazer um acordo, tente guardar o dinheiro para fazer
uma proposta mais pra frente."
Estratégia é pagar
1) Tenha ideia do
que são suas dívidas e quais seus gastos
·
É
preciso separar quais são os compromissos para manter o dia a dia funcionando
(conta de água, luz, internet, gastos com mercado, entre outros) e aquelas
contas que já venceram, que são as dívidas vencidas
2) Apresente o
problema para a família e faça um orçamento financeiro
·
Estabeleça
quanto pode gastar com as contas em dia, quanto tem para gastar com as contas
negociadas e veja onde é possível cortar gastos para manter um padrão entre o
que ganha o que gasta
3) Tente renegociar
·
Caso
esteja com muitas contas em atraso, procure o credor e mostre qual é sua
situação e quanto você pode pagar
·
Se
não conseguir honrar um parcelamento, não faça o acordo
·
Tente
juntar dinheiro para fazer uma proposta para o credor posteriormente.
Extraído de:
sosconsumidor.com.br - Fonte: Folha Online- Por: Larissa
Quintino
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