Previsão para maior valor pago pela Previdência subiu, mas ficou ainda mais difícil receber o teto depois da reforma da previdência
Ao aumentar a previsão da
inflação de 2020 de 2% para 4,1%, o governo eleva também a expectativa para o
valor do teto dos benefícios do INSS, que subiria dos atuais R$ 6.101,06 para R$ 6.351,20.
Mas quem espera se
aposentar em 2021 recebendo o maior valor permitido corre o risco de se
decepcionar.
Aposentar-se pelo teto só
é possível para trabalhadores que, além de terem feito a maior parte dos seus
recolhimentos pelo maior valor, também conseguem reunir os requisitos de idade
e tempo de contribuição elevada o suficiente para garantir mais de 100% da
média salarial.
Como o teto
previdenciário foi, em duas ocasiões, elevado acima da inflação, a simples
atualização das contribuições não permite chegar ao seu valor.
Um trabalhador que sempre
recolheu sobre o teto e tem o direito de se aposentar com benefício integral em
novembro de 2020 ganha R$ 5.628,25, segundo cálculos da Conde Consultoria
Atuarial e do Ieprev (Instituto de Estudos Previdenciários).O valor é R$ 472,81
inferior ao teto atual de R$ 6.101,06.
Para chegar aos R$ 6.351
projetados para 2021, considerando a atual média do teto, a regra geral de
cálculo de aposentadorias que está em vigor requer tempo total de contribuição
de 42 anos (mulher), e de 47 anos (homem).
A reforma da Previdência
acrescentou, porém, um ponto que dificulta ainda mais a aposentadoria pelo teto
do INSS: o novo cálculo da média salarial.
Antes, o cálculo da média
descartava automaticamente 20% dos valores de contribuição mais baixos, sem
prejuízo ao tempo total contribuído. Esse descarte deixou de ocorrer.
“Se o cálculo antigo
fosse aplicado, a atual média de quem recolheu sobre o teto seria de R$
5.878,10, ou seja, 4,4% maior”, diz o consultor atuarial Newton Conde.
A reforma até criou uma
regra que permite descartar contribuições baixa, o que pode favorecer o aumento
da média salarial, mas também exige que o tempo de serviço referente aos
recolhimentos descartados também seja descartado, desta o presidente do Ieprev,
Roberto de Carvalho Santos.
"Você pode descartar
quantos valores quiser, mas esse tempo não vai entrar no cálculo do
benefício", diz Santos.
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Extraído: sosconsumidor.com.br/noticias - Fonte: Folha Online - Por: Clayton Castelani
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NOVO TETO DO INSS | QUEM PODE ALCANÇAR
- O Ministério da
Economia prevê que a inflação oficial deste ano fique em 4,1%
- A inflação oficial é a
base para o reajuste dos benefícios pagos pelo INSS
- O aumento do custo de
vida também altera o piso e o teto da Previdência
- No caso do piso, o valor
deve ser obrigatoriamente igual ao salário mínimo
R$ 1.087,85
Será o valor do salário
mínimo e do piso do INSS em 2021, se a previsão de inflação do governo se
confirmar. O piso atual é de R$ 1.045
R$ 6.351,20
Pode ser o valor do teto
dos benefícios previdenciários no ano que vem, segundo a projeção do governo. O
teto atual é de R$ 6.101,06
Como o benefício é calculado
- Existem diferentes
regras para calcular o valor inicial da renda paga pelo INSS, que variam
conforme o tipo de benefício e o momento em que o segurado adquiriu o direito
- Mas todos os cálculos
são feitos sobre uma base: o valor médio dos salários sobre os quais o
trabalhador contribuiu para a Previdência desde que a moeda do país é o real
- Conforme estabelecido
pela reforma da Previdência de 2019, portanto, a média salarial é feita sobre
100% dos salários de contribuição recebidos desde julho de 1994
Chegar ao teto não é fácil
- Até quem fez todas as
contribuições sobre o teto do INSS desde julho de 1994 (valores anteriores não
entram no cálculo) tem dificuldade para receber o teto do INSS
- É que a simples
atualização monetária (correção da inflação) não é suficiente para alcançar o
valor máximo estabelecido pelo governo para o pagamento de benefícios
- Isso ocorre,
principalmente, porque aumentos acima da inflação foram aplicados ao teto dos
benefícios em reformas realizadas na legislação previdenciária
R$ 5.628,25
- É o valor da
aposentadoria do INSS de quem começa a receber o benefício neste mês, mesmo tendo
feito todas as contribuições pelo teto
- O valor da
aposentadoria de quem possui a chamada “média teto” é, portanto, R$ 472,81
inferior ao teto oficial de R$ 6.101,06
É preciso receber mais que 100%
Para ganhar o maior valor
possível do INSS é preciso ganhar mais do que 100% do valor médio de todas as
contribuições feitas sobre o teto.
Considerando as regras de
cálculo válidas após a reforma, existem duas fórmulas que permitem receber mais
de 100% da média salarial:
1- Regra geral
- A reforma da Previdência
estabeleceu uma regra geral para calcular o valor das aposentadorias
- Essa regra diz que o
trabalhador que cumprir a carência de 15 anos de contribuição terá direito a
uma aposentadoria de 60% da sua média salarial
- O valor tem acréscimo
de 2% da média salarial para cada ano de contribuição a partir do 16º ano
contribuído, para a mulher, e do 21º, para o homem
- Com esse cálculo da
reforma, o benefício é integral (100% da média salarial) para a mulher que
contribuir por 35 anos e ao homem que recolher 40 anos
- Considerando essa
regra, seria necessário conseguir 112% da média teto atual para chegar ao
benefício de R$ 6.303,64, perto do teto de R$ 6.351,20 previsto para 2021
- Para conseguir alcançar
o teto de R$ 6.351,20, seria necessário conseguir 114% da média salarial, o que
significa sete anos a mais de contribuição
42 anos
É o tempo de contribuição
que uma mulher precisará para receber o teto do INSS em 2021
47 anos
Será o período de
recolhimentos que um homem necessitará para ganhar o teto no ano que vem
2 - Fator previdenciário
- O fator previdenciário
continua a valer para segurados do INSS com direito adquirido ao sistema antigo
de cálculo e ainda poderá ser aplicado para quem se aposentar pela regra de
transição do pedágio de 50%, válida para trabalhadores que, na data da reforma,
estavam a até dois anos de completar os requisitos da antiga aposentadoria por
tempo de contribuição
- Nessa regra, a média
salarial dos trabalhadores é multiplicada pelo fator previdenciário e,
- quanto mais velho o
trabalhador se aposenta, maior é o fator previdenciário dele
Extraído: sosconsumidor.com.br/noticias - Fonte: Folha Online - Por: Clayton Castelani
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