Governo federal
zera IPI de carro 1.0, reduz IOF do crédito e dá mais prazo para financiar
veículos, na tentativa de amenizar os efeitos da crise econômica mundial
O governo cortou
impostos e juros de carros, reduziu o IOF para financiamentos e aumentou o
prazo para comprar os veículos a prazo. Também foram anunciados juros menores
do BNDES para empresas. As medidas foram anunciadas nesta segunda-feira pelo
ministro da fazenda Guido Mantega para tentar estimular a economia, diante do
agravamento da crise econômica global.
O IPI (Imposto
sobre Produtos Industrializados) dos carros nacionais de até 1.000
cilindradas cai de 7% para zero. A redução vale até 31 de agosto deste ano.
Em contrapartida, as fábricas de carros se comprometeram a não demitir
funcionários. Com a redução do IPI, o governo deve deixar de arrecadar R$ 1,2
bilhão, de acordo com Mantega.
As montadoras
também se comprometeram a dar descontos no preço de tabela dos carros. Os
automóveis de até 1.000 cilindradas, por exemplo, terão desconto de 2,5%
sobre a tabela vigente.
Os carros de até
2.000 cilindradas terão 1,5% de desconto e os utilitários, 1%. Esses
descontos todos de tabela vão valer até 31 de agosto, como o corte do IPI.
Também foi
anunciada redução de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) no crédito
para pessoa física, de 2,5% para 1,5%. Isso fez a taxa voltar ao que era no
início de 2011. A medida faz os juros para o consumidor serem mais baixos,
facilitando o pagamento de prestações. O governo estima deixar de arrecadar,
só com essa medida do IOF, cerca de R$ 900 milhões até 31 de agosto.
O corte de IPI
varia conforme a situação do carro, nacional ou importado, conforme o novo
regime automotivo. Esse regime estabelece vantagens para veículos produzidos
no país ou que usem mais peças nacionais.
A redução do IPI
para carros vale até 31 de agosto deste ano e obedece ao seguinte:
Carros até 1.000 cilindradas:
No regime
automotivo (carros nacionais ou com um percentual de peças brasileiras): IPI
cai de 7% para ZERO. Fora do regime automotivo (carros importados): IPI cai
de 37% para 30%
Carros até 2.000 cilindradas
- Flex: No regime
automotivo: de 11% para 5,5%. Fora do regime automotivo: de 41% para 35,5%
- A gasolina: No regime
automotivo: De 13% para 6,5%. Fora do regime automotivo: 43% para 36,5%
(gasolina)
- Carros
utilitários: No regime
automotivo: de 4% para 1%. Fora do regime automotivo: de 34% para 31%
"Vamos reduzir custos e facilitar o
financiamento dos produtos em conjunto com os empresários", disse o
ministro.
Segundo Mantega,
os bancos privados e públicos se comprometeram, no setor automotivo a:
- Aumentar volume
de crédito - Aumentar volume de parcelas - Reduzir a entrada para comprar o
carro - Reduzir os juros dos financiamentos
O Banco Central vai reduzir o depósito
compulsório dos bancos para viabilizar volume maior de crédito e para reduzir
o custo do crédito. Os bancos são obrigados a manter um depósito compulsório
no BC de todo o dinheiro que eles recebem de seus clientes.
O governo decidiu reduzir essa quantia, para haver
mais dinheiro no mercado e o crédito ficar mais barato. BNDES vai cobrar
juros menores para empresas
O governo também anunciou juros menores em linhas de
financiamento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social)
voltadas a bens de capital. Isso beneficia empresas. Os bens de capital são
máquinas usadas para produção.
Se as empresas podem comprar máquinas com prestações
mais baixas, elas têm condições de ampliar a produção, contratar mais funcionar
a e ajudar a aquecer a economia.
Os juros para máquinas e equipamentos de grandes
empresas irão cair de 7,3% para 5,5%. A redução, assim como a queda do IPI
para carros, também vale até 31 de agosto. Governo tem tomado medidas para
aquecer economia
Nos últimos meses, o governo tem adotado isenções
fiscais e outras medidas para estimular a economia, que cresceu 2,7% em 2011.
MEDIDAS
ANTERIORES DO GOVERNO DATA MUDANÇA 07/04/11 IOF no crédito à pessoa física
dobra de 1,5% para 3% 01/06/11 Pagamento mínimo da fatura de cartão de
crédito aumenta 27/07/11 Governo taxa derivativos para conter queda do dólar
02/08/11 Indústria fica isenta da alíquota de 20% do INSS 29/08/11 Governo
anuncia economia extra de R$ 10 bi para pagar dívida 15/09/11 Imposto de carro
importado sobe 30 pontos percentuais para estimular venda interna 01/12/11
Caem impostos de geladeiras, fogões e máquinas de lavar 01/03/12 Prazo de
incidência do IOF aumenta de 2 para 3 anos em empréstimo externo 01/03/12
Financiamento à exportação é limitado para 360 dias 07/03/12 Taxas diminuem
sobre móveis, luminárias e revestimentos
O Banco Central tem reduzido a taxa básica de juros da
economia (a Selic), que influencia o custo de prestações, cheque especial e
cartão de crédito, por exemplo. Com juros mais baixos, aumenta o consumo e a
economia é aquecida. Esse corte na Selic vem ocorrendo desde agosto do ano
passado.
Para permitir uma queda ainda maior dos juros, o
governo mudou as regras de rendimento da poupança. Com os juros em queda,
aplicações como títulos do Tesouro Nacional ficariam menos atraentes, e os
investidores poderiam migrar para a poupança. Isso deixaria o governo com
menos recursos.
Os bancos oficiais começaram a baixar os juros para os
clientes e depois foram seguidos pelas instituições privadas.
Em abril, o Banco do Brasil anunciou um conjunto de
medidas para reduzir as taxas das principais linhas de crédito para pessoas
físicas e micro e pequenas empresas. A Caixa seguiu a decisão do BB e
divulgou o corte nos juros em uma série de linhas de financiamento.
Após os anúncios, outros bancos também cortaram as
taxas de juros, entre eles Bradesco, Itaú, Santander, HSBC, Itaú e Citibank.
Desde agosto de 2011, o Comitê de Política Monetária
(Copom) do Banco Central realizou seis cortes seguidos na taxa básica de
juros. Em julho do ano passado, a Selic estava em 12,5% ao ano. Com as
reduções sucessivas, foi para 9% ao ano na última reunião, em abril.
Por causa da queda de juros, o governo mudou as regras
da caderneta de poupança: sempre que a Selic ficar em 8,5% ou abaixo disso ao
ano, o rendimento passa a ser de 70% da Selic mais a TR (Taxa Referencial).
Para estimular o crescimento da indústria, o governo
também já havia determinado regras para reduzir o IPI (Imposto sobre Produtos
Industrializados) de carros e outros produtos, além do corte de impostos para
investimentos em infraestrutura (portos e trens) e incentivo para instalação
de banda larga de internet.
No começo do mês passado, o governo anunciou novas
medidas tributárias para estimular o crescimento da indústria no país. Foram
anunciados cortes de tributos.
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Extraído de: JusBrasil
– Fonte: LegisCenter
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