Escalada de reajustes acima da
inflação e falta de qualidade na oferta dos serviços começam a afetar mercado
dos planos de saúde causando a redução do aumento do número de usuários em todo
Brasil
Dados divulgados pela
Federação Nacional de Saúde Suplementar (Fenasaúde) mostram que o segmento, que
apresentou uma média anual de crescimento de 4,9% nos últimos cinco anos, teve
o ritmo de expansão reduzido quase à metade: 2,7% em um ano (até junho). Quando
considerados os convênios exclusivamente odontológicos, a média no período caiu
ainda mais: de 18,2% para 5,5%.
No caso das 31
operadoras associadas à federação, a situação foi ainda pior, apresentando
decréscimo no número de beneficiários de 1,7%. Segundo o presidente da
entidade, Márcio Coriolano, a retração já vinha sendo sinalizada desde
dezembro. “São vários os fatores que influenciam esse resultado. O crescimento
menor da economia, os níveis de emprego e a alta inflação médica. O custo da
medicina continua evoluindo acima do Índice Geral de Preços (IGP) e as empresas
e famílias ficam cautelosas na hora de contratar um convênio”, explicou. “A
incorporação de medicamento e de prestadores favorece o beneficiário, mas causa
impacto no custo e pode fazer com que as pessoas não consigam arcar com a
despesa”, completou.
REAJUSTE
Conforme o resultado
mostrado pela Fenasaúde por meio de dados da Agência Nacional de Saúde
Suplementar (ANS) essa situação já era esperada. Neste ano, o reajuste de 9%
permitido pela agência aos planos individuais e familiares ilustra a escalada
dos preços em década: segundo o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor
(Idec), os convênios tiveram, em 10 anos, correções de 39,44% acima da
inflação.
Segundo um estudo do instituto, se
continuar nesse ritmo, em 30 anos, os planos terão acréscimo de 163,49% acima
do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Nessa proporção, o
comprometimento da renda do beneficiário será de 66%. O próprio Ministério
Público Federal (MPF), que mantém um grupo de trabalho para acompanhar a
fiscalização da ANS, já havia apontado uma possível estagnação de ingressos de
usuários, sobretudo, em razão da falta de qualidade do atendimento que, mesmo
assim, continua mais caro.
Extraído: S.O.S
Consumidor/Notícias - Fonte: Correio Braziliense
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